Aprender a lidar com suas emoções e as dos outros é um dos grandes desafios do século. Essa habilidade de saber enfrentar as adversidades da vida têm chamado a atenção de educadores, e as escolas têm investido em estimular a inteligência emocional de seus alunos: o Laboratório de Inteligência de Vida já é uma realidade em algumas escolas.
De acordo com especialistas, o ensino tradicional de hoje ainda usa métodos que não desenvolvem as emoções dos estudantes e não os preparam para se tornarem os protagonistas de suas escolhas no futuro. Foi pensando nisso que algumas instituições de ensino de Belo Horizonte criaram metodologias que tem como objetivo preparar seus alunos para essas mudanças.
Nesse processo, crianças e adolescentes aprendem a colocar em prática essas habilidades emocionais. E a parte boa é que este processo pode ser iniciado o quanto antes: a partir dos três anos de idade as crianças já podem ter suas habilidades socioemocionais treinadas.
O Laboratório de Inteligência de Vida
O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é um grande laboratório, onde as crianças e adolescentes experimentam a vida e seus maiores propulsores: as emoções e os relacionamentos interpessoais.
O projeto tem como objetivo desenvolver não só o pensamento crítico do aluno, mas fazê-lo entender que, com a ajuda de outros, é possível ir mais longe e que errar faz parte do processo. É um espaço para que as crianças aprendam, desde pequenas, a lidar com suas emoções da melhor maneira possível.
O Coleguium é uma das escolas que começou a desenvolver este trabalho com alunos – e ele já se estende há quatro anos. O diretor geral da instituição, Guilherme Cintra, enfatiza as seis habilidades principais que esse método desenvolve para a formação dos alunos: proatividade, perseverança, pensamento crítico, criatividade, colaboração e comunicação.
Essas habilidades são desenvolvidas ainda no ensino infantil. Os colégios utilizam histórias divertidas que contam a história de personagens que passam por “situações-problema”, como a separação dos pais, sofrer bullying e o nascimento de um irmão mais novo, e são mediados pela professora para discutir sobre cada caso.
Quando ingressam no ensino fundamental, os estudantes começam a ter a disciplina LIV (Laboratório de Inteligência de Vida). Assim, por meio das atividades desenvolvidas pela escola, os alunos são estimulados a discutir sobre suas emoções durante rodas de conversa.
O objetivo é que esses jovens cheguem ao ensino médio já entendendo seu papel na sociedade e sabendo tomar decisões como protagonistas, tanto em assuntos pessoais, quanto profissionais.
O papel da Inteligência Emocional
As escolas tendem a formar profissionais excelentes do ponto de vista técnico, mas que encontram certas dificuldades para se colocar no mercado de trabalho, até mesmo experimentando conflitos em diferentes relacionamentos.
Como o desenvolvimento emocional é um processo de construção altamente influenciado pelo meio, as escolas precisam exercer um papel ativo na formação das crianças e dos jovens. Por isso, a Inteligência Emocional tem um papel fundamental na formação dos jovens, além de contribuir para a:
- Melhora no desempenho acadêmico;
- Superação de desafios;
- Realização de trabalhos em equipe;
- Diminuição dos níveis de violência;
- Estimulação de escolhas responsáveis;
- Melhora no convívio com as diferenças;
- Prevenção do bullying;
- Diminuição da ansiedade e da depressão.
A impulsividade e a ansiedade são emoções muito fortes entre os jovens hoje em dia. No entanto, nem todos sabem como administrá-las, e isso implica em problemas de relacionamento interpessoal e de convivência, tanto dentro, quanto fora da escola. A Inteligência Emocional mostra que é possível ensiná-los a ter mais controle e a gerir tudo isso do melhor modo possível!
