Caracterizada pela melancolia e depressão após a mulher ter dado a luz, a depressão pós-parto atinge uma em cada quatro brasileiras. Esta estimativa foi feita pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), após realizar entrevistas com 23.896 mulheres que tinham dado a luz dentro de um período de 6 a 18 meses.
Como a depressão pós-parto se desenvolve?
Rodrigo Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional, explica que a depressão que acomete as mulheres após o nascimento do filho tem relação com a lembrança inconsciente do período em essa mulher viveu no útero da própria mãe.
Quando ainda está no útero, o bebê já começa a sentir, interpretar e registrar as emoções da mãe. Durante a gravidez, por mais tranquila que seja, é comum que a gestante tenha sentimentos como medo e ansiedade. “Caso a experiência no útero daquela mãe enquanto feto tenha sido traumática, a lembrança inconsciente do período gestacional vem à tona durante a sua própria gravidez, atingindo seu ápice durante o parto e engatilhando a depressão”, explica o especialista.
Sintomas mais comuns da depressão pós-parto
- Tristeza profunda e constante;
- Desespero;
- Procrastinação;
- Perder ou ganhar muito peso;
- Apetite desregulado (comer pouco ou demais);
- Alterações no sono;
- Sentimento de culpa;
- Ansiedade;
- Sentimento de incapacidade em relação a maternidade.
Dicas para superar a depressão pós-parto
Permita-se chorar
Reserve um momento para acionar lembranças tristes da sua própria infância e chore. Coloque para fora toda tristeza acumulada nos últimos anos.
Escreva
Coloque no papel as lembranças tristes da sua infância. Escrever ajuda a organizar a maneira como você se sente em relação ao seu passado e auxilia na percepção de como essas lembranças impactam seu presente.
Perdoe e feche um ciclo
Procure seus pais e converse com eles sobre os momentos difíceis que a família passou durante sua infância e no período gestacional. Peça e perdão e perdoe. Encerre um ciclo de depressão que acompanha sua vida e talvez você nem tenha se dado conta até o momento do nascimento do seu filho. Desobstrua canais que estão te impedindo de se conectar com o seu bebê.
Desenvolva sua Inteligência Emocional
A depressão é uma doença de origem emocional, psicológica e ambienta que vai muito além de fatores genéticos e alterações químicas no cérebro. É necessário cuidar dos fatores emocionais para que medicamentos não sirvam apenas como “camuflagem” para feridas que precisam ser curadas. Esse processo de consciência que a cura emocional das doenças proporciona pode ser aprendido e praticado com o desenvolvimento da Inteligência Emocional. Lembre-se que os pais interferem diretamente nos sentimentos do recém-nascido e, por isso, é fundamental cuidar das emoções para garantir o bom desenvolvimento psíquico e emocional da criança.
