O mundo da política é repleto de benefícios, sendo que o poder e a autoridade são alguns dos principais. Muitos políticos eleitos conquistam essa posição sem ter preparo emocional para lidar com questões internas relacionadas ao ego e à autoridade e, como consequência, acabam sendo contaminados pela competitividade, egoísmo, vaidade, orgulho e ambição desmedida.
Nesse contexto, a política a serviço do bem da sociedade e da humanidade acaba se perdendo em meio ao ego inflado, ao uso abusivo do poder, ao interesse pelos benefícios e o interesse nas necessidades individuais. Por isso, saber como controlar o ego é tão essencial quanto cumprir as promessas de campanha e fazer um bom mandato.
O reflexo da política na sociedade
O período eleitoral é uma grande oportunidade para que os indivíduos reflitam sobre a forma como lidam com seu próprio ego e posição de poder — seja no trabalho, dentro de casa ou em grupos sociais. Se é da sociedade que saem os grandes líderes, sua cura individual é essencial para curarmos a política do pais.
Você aproveitou o recente período das eleições para refletir sobre a maneira como usa o poder e a autoridade sobre seus filhos? Eles te obedecem por meio do amor ou da ordem? No seu trabalho, quanto você aproveita os benefícios pensando em seus próprios interesses, deixando de lado o bem-estar dos colaboradores e até o sucesso da empresa?
Assim como os políticos, passamos uma vida toda desejando e aspirando alcançar determinadas posições e realizações. Quem tem o ego inflado faz qualquer coisa para conseguir o que quer, pois está muito mais interessado em suas realizações pessoais do que no seu papel como parte do todo.
O desenvolvimento do ego
Vale lembrar que não é apenas no mundo da política que o ego e poder podem consumir um indivíduo. Um profissional que conquista um cargo, pais que dominam seus filhos e posições elevadas em qualquer circunstância representam riscos para que as pessoas se percam em meio ao poder e autoridade.
Todas as pessoas, em algum momento da vida, estão sujeitas a perder o controle e ser dominadas por seu ego. Isso porque, ao nascer e durante os primeiros anos de vida, os bebês são totalmente dependentes de seus pais. Por terem todas as suas necessidades atendidas prontamente, as crianças passam a acreditar que são o centro do mundo e que as coisas são suas por direito.
Alguns indivíduos têm esse mecanismo reforçado pela supervalorização dos pais, que os enchem de mimos e fazem a criança acreditar que é realmente superior e melhor que os outros. Na vida adulta, esses indivíduos tendem a se tornar pessoas egoístas, que olham apenas para seus interesses e lutam para que o mundo entregue passivamente tudo aquilo que lhe falta.
Em geral, essas pessoas apresentam perfil narcisista, se colocam como superiores do resto da humanidade, acreditam que sempre têm razão e ignoram as ideias e pontos de vista alheios. São pessoas ambiciosas, que querem sempre mais, querem ganhar sempre e precisam ser reconhecidas a qualquer custo. Essas pessoas precisam de aplausos e não medem esforços para obter o que desejam, mesmo que isso seja feito por meio de trapaças e mentiras.
Como lidar com o ego inflado
Qualquer pessoa está sujeita a ser dominada pelo ego e pelo poder. Nesse sentido, é responsabilidade de cada ser humano, independentemente de seu papel na sociedade, desenvolver uma política interna que priorize a administração das emoções e sentimentos. Se cada pessoa fizer a sua parte, cuidando de si em primeiro lugar, certamente venceremos a guerra de egos, não somente na política, mas também nas empresas e famílias.