Assim como um diabético precisa sempre controlar a glicose no sangue, uma pessoa que já sofreu de depressão precisa estar sempre atenta para evitar uma recaída emocional. A depressão pode ser causada por diferentes fatores genéticos, ambientais e psicológicos, sendo geralmente desencadeada por um gatilho emocional.
A ciência permite o controle da parte genética e química por meio da utilização de medicamentos, mas para que os remédios não sejam apenas uma “camuflagem” para uma ferida que precisa ser curada, também é necessário cuidar dos fatores emocionais que levaram à manifestação da doença.
O que causam as recaídas emocionais?
De modo geral, existem três fatores que contribuem para uma recaída na depressão: a falta de autoconhecimento, o abandono do tratamento e as feridas emocionais. Entenda cada um deles a seguir e saiba como evita-los:
Falta de autoconhecimento
Uma pessoa que não se conhece o suficiente dificilmente perceberá que está em uma recaída, especialmente se ela não souber diferenciar um momento de tristeza dos sintomas da depressão.
Vale lembrar que a tristeza faz parte da vida e, em geral, uma pessoa que está triste tem um motivo específico para estar se sentindo dessa maneira. A depressão, por outro lado, está associada a uma tristeza sem motivo e que consome todos os seus pensamentos.
O autoconhecimento é fundamental para identificar o que está causando o desconforto e de que forma a emoção se manifesta, possibilitando que a pessoa encontre formas de superar a situação.
Abandono do tratamento
Os medicamentos e o acompanhamento psicológico podem trazer uma grande melhora em poucas semanas. O grande problema é que muitas pessoas abandonam o tratamento quando começam a se sentir bem, voltando a ficar vulneráveis e apresentando recaídas.
Não abandone nenhum tipo de tratamento sem o consentimento médico, por melhor que você se sinta. Qualquer tipo de intervenção tem começo, meio e fim, e é importante que todas as etapas se concluam.
Feridas emocionais
A depressão é uma espécie de “programa emocional” que foi desenvolvido e gravado durante as fases mais importantes do desenvolvimento do paciente: a gestação e a primeira infância. As experiências e traumas vividos nessas fases são seguidos de dores e tristezas que podem ser carregados para o resto da vida, principalmente se a pessoa não der um novo significado a esses fatos.
Um indivíduo que sofreu maus tratos na infância e mais tarde desenvolveu depressão, por exemplo, dificilmente irá se curar apenas com medicamentos. Esta pessoa precisa cuidar das dores que fazem parte de sua história, dando um novo significado para essas memórias ruins.
O processo de consciência exigido para a cura emocional da depressão pode ser aprendido e praticado com o desenvolvimento da Inteligência Emocional — que é a somatória das habilidades que permitem a administração das adversidades da vida, aceitação e percepção das emoções, de modo a obter melhores resultados e relacionamentos.
