O jogo Baleia Azul está gerando muita preocupação no Brasil e no mundo, destacando-se como um dos assuntos mais comentados nos últimos dias. A brincadeira é composta por 50 desafios macabros, que vão desde a automutilação e acabam no suicídio. O jogo é comandado por um mentor, que mantém contato de maneira virtual e vem aliciando crianças e adolescentes pelo País.
A adolescência é uma fase da vida marcada pela impulsividade e curiosidade, e a tendência é que os jovens tenham muita necessidade de se sentirem aceitos e parte de algum grupo. Essas características são responsáveis por impulsionar o adolescente a participar dos desafios, que são vistos como uma oportunidade de se autoafirmar. Pessoas com depressão, ansiedade ou algum tipo de abalo emocional também estão propensas a entrarem no jogo.
Rodrigo Fonseca, fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBie), alerta que por trás do desafio está a necessidade de reconhecimento. “Os seres humanos sempre buscam reconhecimento de uma maneira positiva e, caso não encontrem, inevitavelmente tentarão chamar atenção pelo viés negativo”, explica. Rodrigo ressalta ainda a importância da intervenção dos pais para evitar que os filhos entrem nesse jogo: “É essencial que os pais dediquem seu tempo para conversar com os adolescentes e estejam sempre alertas”, finaliza.
Vale destacar que o suicídio é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema gravíssimo de saúde pública, e precisa ser tratado como prioridade global. Ações estratégicas são fundamentais para dar luz ao tema e quebrar estigmas e tabus que rodeiam o assunto.
Sinais do comportamento suicida
Os conflitos e crises da adolescência podem dificultar a identificação do comportamento suicida — que costuma ser silencioso. Confira alguns comportamentos que podem ser sinais de alerta para os pais:
- Isolamento social;
- Depressão;
- Desinteresse por atividades que antes davam prazer;
- Baixa autoestima;
- Fata de autoconfiança;
- Dificuldades escolares.
A presença desses comportamentos não representa necessariamente um comportamento suicida, e esses são sinais comuns de pessoas que apresentam um quadro de depressão. Porém toda atenção é necessária, assim como o acompanhamento médico e psicológico é essencial para um diagnóstico preciso.
Como a Inteligência Emocional pode ajudar
O papel dos pais e educadores é fundamental para que a Inteligência Emocional nas crianças e adolescentes seja trabalhada desde cedo nas escolas e famílias. A atuação de pais conscientes e professores preparados é fundamental para que exista uma cooperação entre escola e família e, dessa forma, o desenvolvimento da Inteligência Emocional seja satisfatório.